Está de regresso, de 7 a 25 de julho, o tão aguardado "Campo de Férias", aberto a jovens entre os 6 e os 15 anos. Com múltiplas atividades, esta iniciativa é sempre bem recebida pelos jovens que, em período de férias, olham para esta oferta com particular agrado.
X Conversas com História
Decorreu na sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, mais uma sessão de "Conversas com História", projeto liderado por José Baptista. A décima edição abordou temáticas em torno das "Minas dos Carris". O momento ficou marcado pela apresentação do livro "Minas dos Carris, histórias mineiras na Serra do Gerês" e pela abertura de uma exposição fotográfica.
A sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, voltou a receber mais uma edição do projeto "Conversas com História". O décimo serão cultural falou da importância histórica das "Minas dos Carris" e contou com a apresentação do livro "Minas dos Carris, histórias mineiras na Serra do Gerês" e ainda com a abertura de uma exposição fotográfica, com complemento de peças das Minas da Borralha e Minas dos Carris. Entre o material exposto, destacam-se gasómetros, pás, amostras de minério, material geológico, bem como documentos das minas, tais como levantamentos arquitetónicos, mapas geográficos e geodésicos.
David Teixeira, vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre, salientou que «foi um momento importante na afirmação do património do concelho». Nessa linha, recordou que «a maioria das pessoas não associa as Minas dos Carris a Montalegre, pela proximidade e pelo acesso ser feito sempre pelo Minho». No entanto, para o autarca a sessão foi «muito importante, pois foi lançado um conjunto de desafios ao Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e à Câmara para pensarem um uso e uma utilização para aquele espaço». Ciente das limitações, afirmou que «não será fácil pela fase económica que estamos e pelas condicionantes do local». Contudo, «foi possível colocar muita gente a pensar o futuro do património e do concelho».
PERTO DE UMA DÉCADA DE INVESTIGAÇÃO
Numa sessão muito participada, Rui Barbosa teve a oportunidade de dar a conhecer o livro da sua autoria, intitulado "Minas dos Carris, histórias mineiras na Serra do Gerês". David Teixeira felicitou o autor pela «recolha e investigação que resultaram num trabalho não científico, mas com muito profissionalismo». O apaixonado por este marco do património do concelho de Montalegre partilhou que «a paixão pelas minas surgiu da paixão pela montanha». Rui Barbosa reuniu numa obra «cerca de oito anos de investigação». O tema principal do livro «é a história do complexo mineiro, com um complemento sobre os produtos que saíram das minas, a resenha da história da serra do Gerês, a história do local antes de ser complexo mineiro, bem como uma junção dos factos históricos que estavam arquivados com as histórias das pessoas que lá trabalharam», explicou Rui Barbosa. A apresentação no Ecomuseu de Barroso «correu muito bem, pois permitiu um contacto próximo com as pessoas e uma troca de ideias com o público», rematou.
Nuno Rodrigues, em representação do Ecomuseu de Barroso, mostrou-se «muito satisfeito com o sucesso de mais um serão cultural». Com «contornos um pouco diferentes do habitual, foi possível despertar a curiosidade no público e promover o diálogo e partilha de experiências». Neste serão «vieram a público particularidades deste património do concelho de Montalegre e, no final, todos saíram enriquecidos e com mais conhecimento». A décima primeira edição decorre, como já é hábito, na primeira sexta-feira do mês de março, dia sete, e com ela «regressam as histórias e estórias das freguesias». Em agenda estão as localidades de Vilar de Perdizes, Meixide, Santo André e Solveira.
SEMELHANÇAS COM A BORRALHA
Por fim, o mentor deste projeto, José Baptista, sintetizou o serão desta forma: «foram umas "Conversas com História" diferentes, mas muito participativas. Estas Minas são nossas. Qualquer uma das minas do Gerês é nossa. Tudo é território nosso. Têm semelhanças com a Borralha, para onde eles às vezes também transportavam volfrâmio, tratado na fundição. De lá saia o minério e, ou ia direto para os barcos para o Porto, para seguir para a Alemanha, ou então para a fundição da Borralha». A fechar, o historiador declarou: «são partes da nossa memória coletiva que devemos preservar. É o nosso património, a nossa identidade. Sem o passado não somos nada no presente e no futuro igual».
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