Borralha, localidade da freguesia de Salto, conta agora com um núcleo do Ecomuseu de Barroso. O “Centro Interpretativo das Minas da Borralha” representa a requalificação do espaço mineiro e nesta aldeia estão a ser intervencionadas quatro zonas: o Grupo D, centro do núcleo museológico, que contém receção, auditório, balneários e algumas zonas de exposição; a fundição, edifício para futuras exposições; a casa dos compressores, edifício longitudinal, com quatro compressores de grandes dimensões; o arquivo, piso onde se encontra um grande espólio documental, relacionado com todas as atividades dirigidas pelas minas.
«RECONHECIMENTO E JUSTIÇA»
Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, que já tinha descrito, por estes dias, a importância deste
investimento, referiu que a abertura deste espaço museológico é «um ato de reconhecimento e de justiça para com a martirizada população da Borralha e para com os sacrificados e dedicados trabalhadores desta grande empresa que aqui funcionou».
David Teixeira
(Vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre)
«Hoje é um dia muito importante para o concelho e para a freguesia de Salto. A valorização do património e da nossa memória dá, hoje, um salto importante nesta afirmação e na defesa da estratégia de valorização do património. A Borralha sempre foi um sítio diferente. Um local que revela, facilmente, o valor da história e do passado. Não há futuro que não se deva assentar na história e no processo de afirmação contínua de uma identidade. A Borralha era um espaço que não existia, um local que foi criado artificialmente pelo filão do volfrâmio. Durante muitos anos foi um crescendo de cultura, de força e riqueza para o concelho. A par dos Pisões, com a construção da barragem, este fenómeno demográfico tem muito conteúdo para ser estudado e é um grande desafio para o Ecomuseu de Barroso. A valorização deste património industrial e mineiro está intimamente ligada à evolução do concelho e, neste momento, é uma pérola que foi, ao longo dos últimos cinco anos, trabalhada pelo município.
O "Centro Interpretativo das Minas da Borralha" não é um processo acabado. Este teve início com o anterior executivo liderado por Fernando Rodrigues. A atual equipa municipal tem neste núcleo museológico um grande desafio de dinamização e de envolvimento da população. Este espaço não terá futuro se o envolvimento dos antigos mineiros não for feito de uma forma consistente. Eles fazem parte desta história, fazem parte deste museu e desta memória coletiva.
Projetos de identidade e território fazem-se da preservação da memória coletiva de um povo. Esta memória toca a maior parte das famílias do concelho de Montalegre e tem uma especificidade muito grande. Todos nós percebemos que aqui já se viveu desenvolvimento, já se viveu uma vida social superior. Os problemas sociais que hoje existem na Borralha têm que ser muito pequenos em relação ao orgulho local e à expectativa de desenvolvimento que este projeto tem que gerar.
É importante que apareça um restaurante na Borralha. É importante que apareça alojamento na Borralha. É importante que surja emprego para que as pessoas não precisem de continuar a abandonar o nosso território e façam parte desta estratégia de desenvolvimento».
Fátima Fernandes
(Vereadora Ação Social da Câmara Municipal de Montalegre)
«É mais uma etapa vencida que não pára por aqui. Aquilo que é importante e aquilo que nos move é requalificar e colocar na primeira página aquilo que de melhor temos. A Borralha é um bom exemplo disso. Requalificamos os espaços e vamos continuar a fazê-lo. Aquilo que procuramos é trazer pessoas ao nosso território, não apenas turistas, mas também investigadores. Temos aqui uma grande riqueza. Não foi só o volfrâmio que saiu durante décadas deste espaço. Temos a riqueza dessa história e desta gente. Tudo isto se verifica neste encontro dos "Amigos da Borralha" que, há mais de uma década, se concretiza religiosamente todos os anos. Este espelha bem o amor que as pessoas têm por esta terra».
Fernando Rodrigues
(Presidente da Assembleia Municipal de Montalegre)
«É uma satisfação ver a continuidade das obras com a qualidade com que pensámos que elas iriam ficar. Nós arrancámos com este projeto já há anos e claro que para mim é uma grande satisfação ver que tudo isto reverte a favor do desenvolvimento do concelho. Há aqui uma memória coletiva extraordinária. As Minas da Borralha tiveram cerca de mil trabalhadores. Viveram aqui perto de 3.000 pessoas. A empresa Minas da Borralha foi a maior empregadora do distrito de Vila Real. Havia uma pujança extraordinária nesta terra em termos económicos, sociais e culturais. Isso foi-se perdendo com o tempo, com as circunstâncias. As minas encerraram mas a história continua cá.
Este projeto é importante porque serve para preservar a imagem cultural e histórica desta terra. Nós devemos ter orgulho nas coisas grandiosas que foram feitas aqui e isso deve inspirar-nos neste momento de crise que vivemos no presente. Houve gente, no passado, que fez aqui boas coisas. Mesmo tão distante e tão longe de tudo. Nós, agora, temos obrigação de lembrar essas coisas e de pensar que podemos, também, com a gente nova e qualificada que temos, fazer coisas boas cá e fixar a população.
Este núcleo museológico contribui para a dinamização turística, para a preservação da cultura e para o engrandecimento da economia da região. Por tudo isto, a Câmara Municipal de Montalegre está de parabéns».
Alberto Fernandes
(Presidente da Junta de Freguesia de Salto)
«Foi mais um grande acontecimento para a freguesia de Salto. Este núcleo museológico é muito importante para o desenvolvimento da terra. É nossa missão dinamizar este espaço que, a partir de agora, está aberto ao público, com serviços para a comunidade».
Abel Miranda
(Associação "Amigos da Borralha")
«Esta inauguração foi uma das coisas mais importantes que se fez, ultimamente, no concelho de Montalegre. Foi um momento formidável de presenciar».