Borralha: objeto do mês de fevereiro
O Ecomuseu de Barroso - Centro Interpretativo das Minas da Borralha expõe todos os meses "O Objeto do Mês".
No mês de fevereiro apresentamos a Cadeira da Barbearia das Minas da Borralha. Visite o nosso espaço e venha conhecer esta história.
Cadeira da Barbearia | Minas da Borralha
A preocupação dos homens com o seu visual remonta há muitos séculos atrás! As primeiras navalhas, ainda muito rudimentares, foram produzidas no Antigo Egipto. Embora o oficio de barbeiro remonte a tempos muito longínquos na história, as cadeiras de barbeiro, tal como esta em exposição, com assentos altos, estofados e apoios para os pés é muito mais recente. Estas foram inventadas pelo alemão, desde cedo radicado nos Estados Unidos da América, Ernest Koken. Surgem como forma de tornar o momento do corte da barba e/ou cabelo mais confortável para ambas as partes. O barbeiro fica de pé, podendo movimentar-se e parar em várias posições e o cliente fica sentado, confortavelmente, a uma altura que faz com que o barbeiro não precise de se curvar em demasia. Ao longo dos anos, Koken foi aprimorando o seu modelo de cadeiras de barbeiro, acrescentando-lhe, por exemplo, um encosto reclinável e um sistema hidráulico.
A barbearia das Minas da Borralha ficava situada na outra margem do rio, junto ao atual café da aldeia. Funcionário de uma anterior barbearia ali existente, Manuel Gonçalves - conhecido como Cabaninhas - inaugurou o seu estabelecimento, a barbearia, nos anos 1950. Este espaço foi muito mais que uma barbearia! Foi um espaço de convívio, um espaço de lazer, no qual os trabalhadores, e não só, iam cortar a sua barba e/ou o seu cabelo, jogar no Totoloto e passar momentos a conversar com gente amiga. A barbearia foi, acima de tudo, um espaço de confraternização, onde clientes e proprietário partilhavam e conversavam sobre tudo, desde futebol, histórias da mina, estórias e peripécias que aconteciam na Borralha.
Esta cadeira, aqui exposta, tem a particularidade de nela se terem sentados milhares de pessoas ligadas a estas minas. É, por isso e muito mais, um objeto com extrema relevância para as nossas gentes. Nela estão guardadas muitas histórias de mineiros, engenheiros, farristas e de milhares de homens que fizeram, fazem e farão parte da história desta aldeia mineira. Merece, assim, o destaque de objeto do mês que, neste fevereiro, lhe atribuímos.